sábado, outubro 20, 2012
Estou escrevendo este artigo a uma
semana da decisão do segundo turno das eleições, um dos maiores embates
políticos da nossa nação. De um lado está o autor do famigerado "kit
gay", de outro um vovô cuja esposa cortou o capelão para evitar o rótulo
de crente. Vou aproveitar este evento para fazer uma análise quanto ao futuro
da Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Naturalmente, nem tudo que
escrever vai agradar aos leitores deste blog, uma vez que não sou, nem pretendo
ser, o dono da verdade - que não é outro, senão Nosso Senhor Jesus Cristo.
Na Rede TV em São Paulo, Capital,
hoje não está sendo veiculado o programa Vitória em Cristo - do Pastor Silas Mala
faia. Não foi ao Ar o programa da Igreja Presbiteriana, nem os 15 minutos
do Pastor James, nem o programa do Pastor Silas - das 09 às 10:00 h , nada.
Nada. Desconfio de que deve ter alguma liminar, alguma coisa barrou o
programa do pastor. Esta reação, com certeza, tem a ver com o Pastor Silas
Malafaia, que extrapolou o limite do bom senso e falou uma grande besteira: Que
iria "arrebentar" com Haddad [nas urnas].
Não vai.
E não vai porque o que está em
questão não é assuntos religiosos, mas o próximo governo político de uma
metrópole com 11,3 milhões de pessoas. Cada um no seu quadrado.
Deus de um lado e César, de outro.
A função da Igreja é ser o sal para
conservar a terra. Ela não foi instituída por Jesus Cristo para governar
a Terra neste momento. Sua missão principal é emitir o passaporte do
Reino de Deus para os cidadãos que habitam no espiritual da Corrupção e do
Pecado. E quando a liderança de uma Igreja pula a cerca do bom senso o
resultado é um tiro no pé. Foi isso que o Pastor Silas fez. E eu posso
criticá-lo, porque sou contribuinte do seu Ministério.
De repente, a Igreja Evangélica do
ramo pentecostal, que era completamente alienada da política, tomou gosto pela
coisa, e pendeu para o outro extremo - ser agente principal do próprio
processo político. O bom senso não está nos extremos. Aquele que milita, não
deve se embaraçar com os negócios desta vida, a fim de agradar aquele que o
alistou para a "guerra". Guerra contra as trevas espirituais.
Fernando Haddad vai ser o próximo
prefeito de São Paulo. Eu não vou votar nele. Mas, vai ganhar a eleição com um
"pé nas costas". E vai ganhar porque as periferias da Cidade ficaram abandonadas.
O povo não está preocupado neste momento com kits ou coisas parecidas, mas com
a saúde - que não funciona - o trânsito, que está travado, a segurança, em uma
cidade que até a própria polícia não tem
segurança. Diante disso, o kit gay,
ora o kit gay...
A pregação contra o kit gay, neste
momento, é tranca em porta arrobada. O que a Igreja evangélica - e
principalmente a Assembléia de Deus, deveria ter feito - e ainda a tempo de
fazer - é levar o reino de Deus para cada coração paulistano e brasileiro. Ela
está perdendo tempo com projetos políticos, que nada mais são do que carros na
frente de bois. O principal pelo secundário.
O que a Igreja precisa é de um grande
projeto de evangelização pessoal. Mas não é isto que está sendo desenhado nos
bastidores da Igreja. Ela está encantada com o poder político, segue pelo mesmo
caminho da Igreja Católica que já quebrou a cara com isto.
Antes da conclusão devo dizer uma
verdade solenemente: os agentes do tráfico de drogas em São Paulo têm
conquistando mais jovens da periferia para vender pó, do que a
Igreja Assembléia de Deus para seus grupos de mocidade. E alguém já disse que
os nomes dos jovens encarcerados de hoje são muito esclarecedores. Digo mais,
se alguém for fazer uma pesquisa entre as pessoas que descem às águas dos
tanques batismais, quantos na verdade vieram de famílias não crentes?
Isto é uma vergonha.De que adianta
ter 12 vereadores evangélicos na Câmara se estamos perdendo (sim, estamos) a periferia
para o tráfico de drogas? Porque a Igreja não está funcionando? Resposta:
porque os fiéis se animam com os projetos de suas lideranças. Quando há mais
política secular no púlpito do que fogo do Espírito Santo, o resultado não
poderia ser diferente.
Menos política e mais Evangelização.
João Cruzué.
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